Os clubes projetam a marca de grandes formadores através dos feitos das promessas que transferem para o futebol estrangeiro, mas nem tudo são rosas para os que ficam no nosso campeonato.
Corpo do artigo
A formação é uma espécie de galinha dos ovos de ouro do futebol português.
Não é necessário ser administrador de uma sociedade desportiva para perceber a importância de faturar milhões com jovens jogadores produzidos nas escolas do clube.
As mais-valias resultantes destas transferências são fundamentais para a sobrevivência de FC Porto, Sporting, Benfica e Braga, clubes que partem com ambição para as provas europeias, mas que todos os anos enfrentam dificuldades, quando as competições entram na fase decisiva.
Num mercado e num campeonato que só agora parece caminhar para uma distribuição mais justa dos direitos televisivos, as transferências assumem importância ainda maior. Até os adeptos, sem razões para festejar quando assistem à saída de um prodígio formado no clube, se dedicam a esgrimir sobre a dimensão das vendas. Depois, quando esses jovens brilham nas maiores ligas, os próprios clubes de origem procuram potenciar a marca, amplificando o golo fantástico, a assistência perfeita, o corte providencial e a defesa de outro Mundo.
As promessas que cá ficam nem sempre têm a mesma sorte. Florentino, por exemplo, integrou a revolução de Bruno Lage e foi campeão no Benfica. Meia dúzia de meses depois, chegou Weigl, contratado por 20 milhões, e atirou-o para o banco. O jovem produto do Seixal foi emprestado, voltou esta temporada, tem formado com Enzo uma boa dupla no meio-campo, mas os encarnados vão pagar milhões ao Feyenoord por Aursnes, que joga na mesma posição. O futuro dirá se a segunda vida de Florentino na Luz será igual à primeira, mas os sinais não são bons. E não faltam casos como o de Florentino no nosso futebol.