O Académico de Viseu obrigou o FC Porto a aplicar-se e vincou a qualidade da II Liga, onde há equipas, treinadores e jogadores tão ou melhor preparados do que alguns protagonistas do escalão principal.
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A gíria do futebol celebrizou uma coleção inesgotável de carimbos. Equipa-sensação é um deles.
E, nesta época, não há dúvida que o Casa Pia, que defronta hoje o Nacional no acesso às meias-finais da Taça de Portugal, tem a tinta do epíteto bem marcada no emblema, ao ocupar o quinto lugar da Liga, com incríveis 30 pontos.
O Desportivo de Chaves, oitavo, tem 25, e o Rio Ave, um pouco mais abaixo, 12.º, soma 21, a seis da linha que assinala a zona de play-off. O leitor mais atento sabe que estes foram os clubes promovidos, no final da temporada passada, ao escalão principal do futebol português.
São equipas bastante competitivas, bem à imagem de uma prova com jogos muitas vezes mais interessante do que os do escalão máximo. A exibição do Académico de Viseu diante do campeão nacional sublinha, mais uma vez, o nível da II Liga. Poucos adversários criaram tantas dores de cabeça ao FC Porto na campanha em curso. Jogando sempre com coragem, de olhos na baliza, a equipa de Jorge Costa deu trabalho e mostrou que não chegou aos quartos de final da Taça por acaso, tendo, entretanto, desde a chegada ao comando do ex-capitão dos dragões, encetado uma recuperação espetacular no campeonato, que lhe permite, nesta fase, estar bem dentro na luta pela subida.
André Franco, tanto tempo fora das contas, provou que todos podem ter um palco para brilhar, porque a época é longa e as batalhas são muitas. O médio assinou o golo que permite aos azuis e brancos entrarem com a cabeça limpa em Alvalade, onde têm um teste na corrida pela revalidação do título.