CARA E COROA - Um artigo de opinião de Jorge Maia, diretor do jornal O JOGO
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É possível olhar para o ressurgimento do Benfica com Bruno Lage e concluir que, no estado lastimoso em que Roger Schmidt deixou a equipa, era impossível fazer pior. E o facto é que, pelo menos nos primeiros jogos, quando a escassez de tempo impedia intervenções mais profundas, bastou a Lage colocar os jogadores nos respetivos lugares e desenhar um sistema que os servisse para que tudo voltasse a fazer sentido. Mas quase três meses depois de Rui Costa finalmente se ter rendido às evidências, dispensando Schmidt, é justo dizer que, se qualquer treinador podia fazer melhor do que o alemão, nem todos fariam tão bem como Lage.
Podia pegar-se nos resultados para o demonstrar, na capacidade goleadora que a equipa recuperou ou até na eficácia defensiva, não obstante algumas flutuações exibicionais, em particular de Otamendi e António Silva. Mas, provavelmente, o exemplo mais eloquente do impacto que Bruno Lage teve na equipa foi sublinhado pelo próprio na conferência de imprensa de ontem que serviu para fazer a antevisão do jogo com o Arouca. Questionado sobre as boas exibições de Arthur Cabral, o técnico respondeu com um sorriso: “Há algum tempo falava-se em crise dos avançados…”