VELUDO AZUL - Um artigo de opinião de Miguel Guedes
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Se o caminho se faz caminhando, é indiscutível que os passos dados pelo FC Porto têm o condão de unir a nação portista num recomeço que convocava muitas dúvidas, naturais e inevitáveis num novo ciclo. Esta série de vitórias não acontece por acaso até porque nenhuma equipa consegue estar sempre a ganhar (mesmo em pré-época) pela soma de meras coincidências. Há uma tranquilidade que só as vitórias semeiam e essa serenidade tem sido o denominador comum em todos os jogos desta temporada, mesmo quando a equipa se viu perto do naufrágio ou a caminho do precipício na Supertaça frente ao Sporting. A ansiedade não tem entrado nos jogos (talvez só mesmo nos primeiros minutos do jogo de apresentação frente ao Al-Nassr), nunca se vê uma equipa com os olhos esbugalhados e sem controlo emocional, todas as fases menos boas do jogo têm permitido remontadas e ajustes para acertos.
Tudo corre bem quando acaba bem. O problema é que só agora está a começar e há muito para fazer. É indiscutível que a liberdade que se sente na equipa é sinónimo esperançoso de conquistas maiores e felizes, embora isso não possa colocar em causa que precisamos urgentemente de reforços cirúrgicos para determinadas posições. A juventude bem agarrada à qualidade de Vasco Sousa (que bela estreia a titular nos Açores) e de Martim Fernandes, entrega a ideia de que há futuro quase imediato para colher. Mas é imperioso mais opções para defesa e ataque. As saídas de Pepe, Taremi e Evanilson introduzem a necessidade de afirmação indiscutível de Navarro e Namaso como goleadores ao serviço, sobretudo quando se percebe que Toni Martínez conta menos para este sistema táctico de Vítor Bruno que requer que o avançado saiba jogar de costas para a baliza.