Acredito que jogadores e adeptos preferem o treinador furioso ao letárgico na hora da frustração. Sérgio Conceição foi igual a si mesmo, o que tem sido sinónimo de conquistas para o FC Porto.
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A velocidade de reação à adversidade é tão importante como a velocidade de reação à perda de bola no futebol moderno.
Não falta quem critique reações a quente de treinadores no final dos jogos, mas se não forem eles a usar a voz de comando quando as coisas correm menos bem, quem irá fazê-lo?
Nem todos os líderes têm essa capacidade, a própria personalidade de cada um será determinante, mas acredito que jogadores e adeptos preferem o técnico furioso ao letárgico na hora da frustração. A reação à inesperada, e justa, vitória do Rio Ave sobre o FC Porto diz muito sobre Sérgio Conceição. Exageros à parte, o técnico começou a preparar o próximo jogo ali mesmo, em plena conferência de Imprensa no Estádio dos Arcos, ao reservar palavras contundentes para os jogadores, ao incluir-se no grupo dos responsáveis pelo insucesso, sem se esquecer de elogiar a forma como o plantel trabalha.
Conceição não perde muitas vezes, mas é inegável que quando o desaire lhe bate à porta as coisas nunca ficam na mesma. A derrota de domingo, no início da temporada, será um problema menor. O treinador portista estará bem mais preocupado com outras questões, como o precisar de reinventar boa parte da equipa, devido à saída de grandes valores. Em 2021/22, jogou dois trunfos, Vitinha e Fábio Vieira, e descobriu novos mundos em Pepê, muito importante numa campanha com final feliz.
O tempo dirá se as cartas que tem na manga para esta temporada chegam para manter o dragão na rota do sucesso. Certo é que, na primeira reação à adversidade, o treinador, goste-se ou não, foi fiel a si mesmo, o que tem sido garantia de títulos.