PLANETA DO FUTEBOL - Um artigo de opinião de Luís Freitas Lobo.
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1 A chuva parecia tornar-lhe tudo ainda mais mentalmente pesado. Já passara mais de uma hora de jogo quando a bola surgiu à frente de Arthur Cabral (após um passe de Guedes) e, por fim, o ponta-de-lança brasileiro, com tempo e espaço, rematou na medida certa, meio em chapéu, fazendo o seu primeiro golo, espécie de desbloqueador mental dum jogador a quem está a custar muito entrar na movimentação coletiva da equipa.
Antes já tivera outras bolas na área mas o remate não saíra certo ou até escorregara quando ia a receber quase como se a própria bola estivesse mesmo mal intencionada com ele. Pouco depois de ter feito o golo, saiu (entrou Musa) e a sua cabeça já estaria, acredito, mais leve.
2 Schmidt desta vez montara mesmo um 4x4x2 em que colocara um dupla atacante Tengstedt-Cabral que, numa avaliação qualitativa, está claramente distante do resto da equipa. Jogaram quase como se fossem “elementos separados” na frente em relação a todos os que atrás deles constroem tanto jogo. Num ataque descaracterizado, Rafa como que fazia o próprio jogo individual. Numa dessas vezes, fugiu ao fora-de-jogo e marcou. O resto eram os toques de João Mário (calcanhar para golo incluído) e o jogo de “cadeirinha” dos médios Chiquinho-João Neves.