O atual campeonato tem revelado muitas equipas inseguras (ia escrever com medo) e, nessas situações, é natural buscarem proteção naquilo que mais as esconde em campo, num local que acham mais seguro
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1 - Existem mais de 1001 formas de ganhar jogos. E de os perder, também. Os treinadores estão para querer o melhor para as suas equipas mas nem sempre acham que tal é, ao mesmo tempo, o melhor para eles em face das chamadas análises “resultadistas” (avaliar resultados sem avaliar modelos de jogos). Tudo é possível. Um mesmo grupo de jogadores pode levar a estratégias totalmente diferentes conforme o diagnóstico que o treinador faça da situação.
O atual campeonato tem revelado muitas equipas inseguras (ia escrever com medo) e, nessas situações, é natural buscarem proteção naquilo que mais as esconde em campo, num local que acham mais seguro. Em geral, é perto da sua baliza porque assim imaginam que a protegem melhor. Pode ser. Isto é, pode ser que o resultado conseguido (sem ter pretensões de discutir o.... jogo) lhes dê essa razão resultadista.
2 - João Pereira, treinador do Casa Pia, assumiu isso no fim do jogo em Alvalade. A ambição de querer ser a primeira equipa (treinador) a tirar pontos ao demolidor Sporting levou-o a montar um sistema que, como ele próprio descreveu, traduzia-se em 6x4x0 (ou 6x2x2 com um pouco de bola). Uma “linha de 6” defensiva e a equipa toda pendurada junto à sua área. Tentar pontuar fazendo o campo o mais pequeno possível (espaço para jogar) só disputando meio jogo, o defensivo. Resistiu e só perdeu por 2-0.
Enquanto via o jogo recordava, confesso, do que sucedera com a equipa do Casa Pia, então orientada por Pedro Moreira, na época passada em Alvalade. Contratado para substituir Filipe Martins e desfazer o modelo de três centrais e colocar o onze a jogar um futebol mais atrativo, quis manter essa ambição contra o Sporting de tal forma que rapidamente começou a sofrer golos sem nunca travar a ideia e proteger a equipa de danos maiores. Acabou esmagado por 8-0 e despedido.