Três anos e oito meses depois de conquistar o Europeu, Portugal venceu o Mundial de futsal com uma equipa onde Ricardinho foi "apenas" um entre iguais, ao lado de outros gigantes
Corpo do artigo
1 - É difícil não sentir um calafrio quando se veem as imagens de Ricardinho a chorar enquanto cantava a Portuguesa antes da final do Mundial de futsal.
Um Mundial que se projeta no futuro
Aquele que é, provavelmente, o melhor jogador de sempre - há cinco títulos de melhor do mundo a sustentá-lo - despediu-se dos mundiais com a distinção de melhor jogador da prova e com o maior título de todos no bolso, o único que lhe faltava no currículo e que lhe garante um lugar na galeria dos eternos do desporto português. Mas mais importante do que isso, despediu-se com a certeza reconfortante de que há vida no futsal português para além dele e do seu incrível talento.
Três anos e oito meses depois de conquistar o Europeu, Portugal venceu o Mundial com uma Seleção onde Ricardinho foi "apenas" um entre iguais, ao lado de gigantes como Bebé, Pany Varela, Bruno Coelho, Zicky Té, João Matos, André Coelho, Erick Mendonça, Fábio Cecílio, Tiago Brito e Miguel Ângelo, para não citar todos os convocados por Jorge Braz. E essa é a melhor notícia de todas: o Mundial conquistado ontem não foi o fim da história que o futsal português tem para contar.
2 - Um grande treinador disse uma vez que do céu ao inferno vão 90 minutos de distância. Talvez seja um exagero dizer que o Benfica desceu ao inferno com a derrota de ontem, mas pelo menos baixou à terra depois da vitória frente ao Barcelona e de uma entrada fulgurante na temporada. O Portimonense provou, mais uma vez, que ninguém tropeça em montanhas e até pode ter feito um favor aos encarnados, avisando, desde já, para o risco dos excessos de confiança. O plantel encarnado tem toda a pausa para os compromissos das seleções para pensar nisso.