O grande espetáculo a que se assistiu ontem no D. Afonso Henriques também se explica com a incapacidade do Sporting para manter o ritmo com que entra nos jogos até ao fim.
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1 - Rui Borges tinha razão: o jogo com o Vitória foi mais complicado para o Sporting do que o dérbi. E, no entanto, houve sintomas recorrentes, a começar por uma primeira parte francamente melhor do que a segunda. O treinador do Sporting explicou que a equipa desligou a partir dos 60’, mas o Vitória já mandava no jogo quando deu início à épica “remontada” que lhe permitiu transformar uma desvantagem de 1-3 num 4-3 em apenas 15 minutos. É verdade que os leões reagiram a tempo de irem buscar um ponto ao fundo das compensações, embora mais com o coração do que com a cabeça. Manter a equipa ligada ao jogo até ao fim, eis a prioridade de Rui Borges para os próximos tempos. Para já, o primeiro lugar volta a ficar em risco e a retoma sofreu um solavanco.
2 - Um jogo que arranca, pára, arranca outra vez, pára outra vez não é exatamente um jogo normal. É um jogo aos soluços, mau para os jogadores cujos índices físicos e de concentração baixam, mau para os treinadores que não conseguem ver as respetivas estratégias implementadas e mau para o espetáculo, que nunca chega a sê-lo. É um jogo amputado, no caso do Nacional-FC Porto de ontem, em quase um quarto de hora em que foi impossível jogar. O nevoeiro na Choupana é uma fatalidade e se, tem algum mérito, é ser igual para todos. Nunca se sabe quando vai cair e, pior, nunca se sabe quando vai levantar. E também nunca se sabe se daqui por uma semana ou duas não será pior do que ontem. É cruzar os dedos. Ou marcar os jogos para um horário em que o nevoeiro seja menos provável.