Se tivesse de se resumir o futebol português numa imagem moderna, seria o novíssimo emoji “Rosto com Olheiras”: pálpebras caídas, olheiras fundas e expressão de fadiga. Dizem que representa o mundo em 2025. Também podia ser o símbolo do futebol português por estes dias.
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Não faz sentido celebrar a perda do lugar de Portugal no Comité Executivo da UEFA, mas o resultado que afastou Pedro Proença da cadeira que foi de Fernando Gomes não deve, também, ser visto como a pior notícia que o futebol português podia receber. Pegando na publicação do presidente da FPF nas redes sociais – “Perderam os Jogadores. Perderam os Treinadores. Perderam os Árbitros. Perderam os Dirigentes. Perderam os Clubes [...]” –, é caso para dizer que só neste século houve derrotas maiores, todas elas em cenário nacional. A falta de competitividade crescente da I Liga e das equipas portuguesas nas provas europeias, as suspeições de que poucos gostam de falar, só para dar exemplos óbvios, foram e são derrotas maiores. Compreende-se o prestígio do cargo, entende-se que o mesmo manteria Portugal junto dos que decidem. Mas, não quer dizer que a FPF fosse capaz de influenciar a decisão dos mesmos de sempre, os poderosos.
Entende-se o desconforto que a carta de Fernando Gomes provocou em quase todos os quadrantes do futebol português – merece uma explicação do autor –, mas até isso não pode desviar Pedro Proença do único objetivo que desejamos vê-lo alcançar: um futebol português melhor, cá dentro e lá fora.Lamenta-se, finalmente, que o futebol português não saia deste registo, um registo que poderia ser resumido hoje, com recurso à modernidade das redes sociais, com o novo emoji, “carinhosamente” designado “Rosto com Olheiras”. Dizem que o “smiley” com pálpebras caídas, olheiras escuras, sobrancelhas franzidas e uma expressão de fadiga é uma representação do que está a ser o mundo em 2025. Também podia ser o emoji do futebol português.