A discussão sobre o tempo útil de jogo vai muito além dos jogadores. Também os árbitros podem ajudar, evitando "sunsets" de apitaria como o que ouvimos ontem no Estádio da Luz.
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Imune aos casos e casinhos tão típicos dos finais de temporada no futebol português, o Conselho de Arbitragem precisa de colocar no topo das prioridades a adoção de medidas que possibilitem maior celeridade na decisão dos lances quando há recurso ao vídeoárbitro.
Ontem, no Estádio da Luz, esfumaram-se mais de quatro minutos - exatamente o tempo de compensação determinado pelo juiz, como se não tivessem acontecido mais paragens - desde o momento em que João Mário caiu na área do Estoril até à grande penalidade ser marcada.
Pelo meio, lentidão no veredito, um vermelho demorado até a cor se esbater a um elemento do banco, conversas da treta em ajuntamentos de jogadores e os adeptos de Benfica e Estoril à espera que acontecesse futebol, por estes dias um espetáculo caro.
É necessário respeitar os milhares que pagam bilhete. O "sunset" de apitaria protagonizado por Rui Costa também não ajudou nada, mas nesse caso há pouco a fazer, a única solução é continuar a trabalhar no sentido de formar um quadro de árbitros mais talentoso, uma vez que, atendendo às condições que lhes são oferecidas, estaremos mesmo perante um problema de falta de jeito, que só ficará resolvido com a injeção de novos valores no setor.
O que não pode acontecer é passarmos a vida a criticar os jogadores que queimam tempo e depois serem os próprios árbitros a colaborar com o arrastar das partidas, ajudando a transformá-las em qualquer coisa parecida com um encontro de basquetebol, sendo que, nesta modalidade, não há problema nenhum, porque quando pára o jogo o cronómetro não avança.