A conjungação de organização, maturidade, talento, superação e paixão podia ter sido o segredo do triunfo do FC Porto em Alvalade. Mas quantas vezes vimos disto ao longo dos últimos 40 anos?
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O jogo foi ontem, mas ainda deve ser possível detetar ADN de dragão na relva do Estádio de Alvalade. Não menos brilhante do que noutras épocas, a vitória do FC Porto é um filme repetido, sempre com a mesma matriz, guião a desenvolver-se em cenas contínuas de superação, o desfecho do costume, num clímax final de felicidade para as cores azuis e brancas.
Perante a adversidade, com jogadores importantes estacionados na enfermaria e outros acabados de sair de lá, só recorrendo àquela mística, que tem rendido títulos em série, os portistas poderiam deixar o palco leonino com a candidatura à revalidação do título reforçada.
Apesar de possuir um conjunto menos experiente, menos apaixonado e menos superlativo, o Sporting foi um adversário duro, crente e voluntarioso, só que quando o FC Porto inclui nos ingredientes a maturidade emocional transforma-se num cocktail praticamente imbatível na esfera do futebol português.
O facto de ter somado, pela primeira na história dos duelos entre dragões e leões, o quinto triunfo seguido sobre o rival, ilustra bem esta ideia de o campeão se movimentar num patamar bastante superior.
O campeonato, esse, fica ao rubro, conservando o Benfica no topo, mas agora com a equipa de Conceição a apenas cinco pontos. E, estando o Sporting de Braga bem metido na luta, a pressão é constante, para os três, bem entendido, sendo que ainda têm de defrontar-se nesta segunda volta.
Quanto ao Sporting, o objetivo de alcançar os lugares de acesso à Champions continua visível, mas a passagem é cada vez mais estreita e qualquer deslize pode fechá-la de vez.