JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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A gestão de Luís Filipe Vieira, passada a pente fino pelo Ministério Público, entregou o pior presente de aniversário ao Benfica, no dia em que o clube celebrou 119 anos.
Depois de ter visto um ex-assessor jurídico condenado por corrupção, o próprio Benfica é acusado de fraude fiscal, ficando cada vez mais claro que, apesar de Vieira ter saído, o clube não se livrou de Vieira.
A SAD dos encarnados, a Benfica Estádio, o ex-presidente e outros cinco arguidos, entre estes, o atual rosto das finanças, Domingos Soares de Oliveira, estão acusados de fraude fiscal e falsificação de documentos, concluiu a investigação ao processo conhecido como "Saco Azul". O primeiro do conjunto de casos e casinhos que envolvem o nome do Benfica a ter um desfecho, ainda que sem trânsito em julgado, foi o processo E-toupeira, que resultou na condenação do ex-assessor jurídico, Paulo Gonçalves, pelo crime de corrupção.
Por muito que Rui Costa insista liderar um clube "imune ao ruído externo", é inegável que esta sucessão de escândalos causa dano na instituição. O sucesso do consulado vieirista tem um preço, já podemos dizê-lo hoje, mesmo não sendo ainda o tempo de perceber na plenitude a dimensão do rombo na credibilidade do clube. Por outro lado, Luís Filipe Vieira já saiu do Benfica, mas nas últimas semanas percebemos melhor, em função do andamento dos processos judiciais, que o Benfica está longe de se livrar de Luís Filipe Vieira. Esta evidência coloca ainda maior pressão sobre Rui Costa.
Ser campeão já não chega: o sucessor de Vieira, líder do autoproclamado "clube do povo", tem de provar que é possível comandar a instituição e ter sucesso sem jogar nos terrenos escorregadios da fraude que custa milhões aos contribuintes. Ao povo, portanto, independentemente da cor clubística.