Os dragões fecharam a época com o pleno nas taças. Deixaram fugir o campeonato para o Benfica, não esconderam a frustração, mas também ninguém se atreverá a considerar o saldo negativo.
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O êxito do FC Porto no Estádio do Jamor projeta a discussão sobre o que é, afinal, necessário conquistar para se classificar uma temporada como positiva.
Antes de tudo, torna-se necessário esclarecer que os portistas falharam o principal objetivo, a revalidação do título de campeão nacional, que agora está estampado nas camisolas do Benfica, com "mérito", como ontem sublinhou Sérgio Conceição.
Na contabilidade da temporada que ontem passou à história, os dragões arrecadaram, no entanto, os outros três troféus em disputa: Supertaça, Taça da Liga e Taça de Portugal. E lutaram até à última jornada pelo campeonato, além de se terem qualificado para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Nem num dia de festa o treinador deixou de vincar o travo amargo pela passagem de testemunho na Liga.
Atendendo à frontalidade que a tantos incomoda, difícil mesmo era esperar que Sérgio Conceição passasse uma esponja sobre o assunto, mas isso não significa que a campanha do FC Porto possa ser considerada negativa. Pelo contrário. Só pode haver um campeão, sabemos todos, mas este pleno de taças mostra bem que, mesmo depois de uma perda importante, esta equipa conduzida por Sérgio Conceição não se abate, reergue-se, renova o espírito de conquista e acumula títulos, dando escassas hipóteses aos adversários para transformar sonhos em troféus.
O FC Porto não foi campeão, mas o ADN de campeão continua todo lá, deixando boas perspetivas de uma temporada 2023/24 ainda mais emocionante, porque Benfica, Sporting de Braga e Sporting também correm pelo mesmo.