Nenhum percalço poderá inverter trajeto ascensional do futebol praticado por mulheres no nosso país. A explicação é simples: não resulta de uma tendência, mas de um projeto que começa a dar frutos.
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Um dia destes, que espero não estar muito distante, despertaremos todos para a normalidade dos estádios cheios em jogos de mulheres. Quando uma multidão na bancada deixar de ser notícia, estará cumprido o serviço público da Federação Portuguesa de Futebol, porque o triunfo da mulher no relvado nunca será uma realidade apenas por o futebol ter entrada na carruagem de tendências da sociedade. É necessário aproveitar o momento, mas nada é mais importante do que ter um projeto e acreditar nele até ao fim.
Nunca Portugal andou tão entusiasmado com uma seleção feminina. Na antecâmara da partida para o Campeonato do Mundo, um recorde de assistência, com mais de 20 mil espectadores no anfiteatro do Boavista, é sinal claro de que o país acordará mais cedo na manhã de domingo, dia 23, para assistir à estreia das Quinas, frente aos Países Baixos, no torneio organizado na Nova Zelândia e na Austrália.
Os múltiplos máximos de assistência batidos em Portugal são sinal inequívoco de crescimento que o apuramento para o Mundial"2023 só veio sublinhar.
Agora não restam dúvidas, esta Seleção, à semelhança de outras no quadro masculino, também já conseguiu seduzir o povo, criando uma onda que merece ser feliz na aventura na Oceânia. Degrau a degrau, passar a fase de grupos é o objetivo, o que, sendo importante, nem sequer é decisivo, porque nenhuma pedra no caminho poderá inverter este trajeto ascensional. Habituem-se.