JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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1 - Primeiro, ia ser o caos, porque se aproximava o dia 30 de junho e o FC Porto não vendia. Depois, o problema ainda maior de não existir liquidez para investir em reforços. Lá para o final do ano, teremos oportunidade de debater o resultado da estratégia da SAD portista.
A situação financeira da SAD do FC Porto não é boa e merece ser discutida. Mas as notícias de um clube moribundo no mercado de transferências eram manifestamente exageradas.
Por agora, o mundo continua a girar, o mesmo é dizer que os azuis e brancos têm alvos definidos no mercado, margem financeira para investir - conforme O JOGO explica nesta edição, 45 milhões de euros - e a ideia fixa de não venderem jogadores abaixo da cláusula de rescisão. Isto devolve-me à memória os primeiros minutos do dia 1 de janeiro de 2000: cruzámos a meia-noite, percebemos que os relógios continuavam a dar horas e os computadores a funcionar, brindámos com champanhe ao enterro do Adamastor.
É evidente que a situação financeira da SAD portista merece ser discutida. Mas fica a ideia que preocupação só surge quando o clube não vence o campeonato, desenvolvendo-se atrelada aos resultados desportivos e consequente frustração dos adeptos.
2 - A frustração, sempre presente no desporto, estava ontem gravada no rosto dos jogadores da Seleção Sub-21. Saíram de cena frente à Inglaterra, no dia em que, finalmente, apresentaram um nível de jogo aceitável. Interessa pouco, porque de vitórias morais está o segundo lugar do pódio cheio.
Seria bom perceber por que razão o talento e a organização só apareceram na aproximação à despedida. Não terá sido apenas por causa disso, mas algumas apostas de Rui Jorge ajudarão a explicar uma saída tão precoce do Campeonato da Europa.