A renovação de Rodrigo Mora é mais do que um contrato: é o símbolo de esperança num FC Porto em reconstrução. Aos 18 anos e carregando o peso do “ouro da casa”
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A renovação de Rodrigo Mora é o desfecho perfeito para a imperfeita temporada do FC Porto. A pouco mais de uma semana do ponto final interno, o novo contrato da jovem estrela é mais do que um contrato: é a ideia de um futuro melhor. Cara e corpo do conceito “ouro da casa”, Mora tornou-se, aos 18 anos, no trunfo que restava a André Villas-Boas na sua primeira época como presidente. Num ano marcado por divisões, equívocos e um futebol a espaços cinzento, Mora foi luz. E, convenhamos, é sempre reconfortante quando a luz vem da casa.
Ainda assim, luz e escuridão à parte, esta renovação vale pelo que representa: um gesto de inteligência estratégica e emocional. Rodrigo Mora é Porto. Não no sentido geográfico, mas no sentido de um FC Porto prometido aos sócios na campanha eleitoral de 2024: com uma equipa de futebol alicerçada numa prata da casa capaz de transformar-se, em pouco tempo, numa peça de ouro de elevado quilate. O impacto da renovação de Mora vai, por isso, além de dar ao treinador um excelente jogador para o ano zero, é também uma espécie de promessa cumprida, um ponto final no que Villas-Boas deseja ser recordado como o ano -1 da sua presidência.
Mais do que o valor da cláusula ou a duração do contrato, o anúncio da renovação de Mora é, por isso, o fecho simbólico de um ciclo instável. O ponto final no texto que André Villas-Boas assinou na revista Dragões no dia anterior. “Passou apenas um ano…”, pode ler-se a dado momento. Mas que ano.