JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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Tradicionalmente calmo, o mercado de transferências de inverno ameaça deixar os nervos de adeptos e dirigentes em franja, sendo essa, além do congelamento das ligas europeias, outra consequência da anomalia histórica de se disputar um Campeonato do Mundo nos últimos meses do ano.
Além das emoções, o Mundial está em vias de agitar também uma janela de transferências outrora pouco propícia a grandes negócios, o que poderá mudar a face da época.
Os treinadores costumam queixar-se mais da longuíssima janela de negócios do verão, mas quem tem jogadores na grande montra do Catar não dormirá descansado nos próximos tempos. Os clubes portugueses ficam expostos à ameaça, atendendo a que estão sempre muito dependentes da transação dos passes dos jogadores para apagar a fogueira das finanças, tornando-se mais permeáveis a investidas dos endinheirados das grandes ligas. Neste quadro, não faltam jovens com morada em Portugal a despontar no Mundial.
Enzo Fernández tem tudo para se transformar em nome de novela. Em alta na Argentina, o médio do Benfica tem muitos radares apontados, afigurando-se como possível uma viagem curta, de Lisboa até à capital espanhola, onde é desejado pelo Real. O portista Diogo Costa, em permanência, e Gonçalo Ramos, como um meteoro graças aos três golos apontados à Suíça, também andam nas bocas do mundo. São exemplos, há mais, claro.
Será interessante perceber, até ao fim de janeiro, de que forma conseguirão os clubes resistir a um grande de negócio, sendo que quando as cláusulas são acionadas todos conhecemos o desfecho. Se acontecerem saídas importantes, a face da época poderá mudar, dando mais um argumento aos que defendem que esta temporada 2022/23 teve um antes e terá, adiante, um pós-Mundial, completamente diferentes.