Schmidt mostra-se aberto a reforços, Amorim não tem planos para aquisições. É estranho, porque quem persegue costuma precisar de mais combustível.
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O mercado de inverno tem tudo para ser mais interessante esta época. Se nos outros anos apenas assistimos a pequenas correções nos plantéis, com a campanha dividida em duas grandes etapas adivinha-se dinâmica intensa, porque o Campeonato do Mundo pode funcionar como catalisador de bons negócios, atendendo a que historicamente sempre foi uma plataforma de valorização de jogadores.
A esta distância é impossível avançar com segurança, mas como tudo será diferente nesta temporada, sobretudo para os clubes europeus, é expectável que os negócios apresentem uma nova face em janeiro.
Independentemente desta realidade em mutação, os treinadores costumam estar sempre abertos a melhorar a qualidade dos plantéis. Sobretudo aqueles cujas equipas estão aquém do esperado. Para quem vai à frente, a preocupação é menor. Parece estranho, por isso, que Roger Schmidt, líder da Liga com o Benfica, admita estar aberto à chegada de novos jogadores, enquanto Rúben Amorim, que com o Sporting segue em quarto a nove pontos, garanta não ter planos para aquisições em janeiro.
Não é fácil dizer quem está certo, porque existem variáveis internas que só dirigentes e treinadores conhecem. Mas reforçar nem sempre é sinal de ficar mais forte. Na época 2019/20, Bruno Lage estava em estado de graça quando, em janeiro, o Benfica fez uma das contratações mais caras da história do futebol português, ao resgatar Weigl por 20 milhões ao Borussia Dortmund. A responsabilidade não terá sido só do médio, mas a verdade é que os encarnados esbanjaram uma vantagem de sete pontos e acabaram ultrapassados pelo FC Porto, que celebrou a conquista do título. Curiosamente, Weigl deixou a Luz, por empréstimo, após a chegada do compatriota Schmidt para o comando técnico.
E o Benfica, entretanto, tem novamente uma vantagem significativa, sem ser definitiva, claro está. Se calhar, Amorim é que tem razão e a melhor coisa do inverno é mesmo a chuva.