FOLHA SECA >> Daí a curiosidade de testar a solidez do estado de graça numa fase final: manter-se-á a postura mandona nos jogos de vai ou racha, ou o velho medo cénico virá à tona como azeite requentado? Aguardam-se novos capítulos, na Alemanha.
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É ainda cedo para saber se a selecção pilotada por Roberto Martínez atingirá o céu ou se ficará na soleira da porta. Por agora, e enquanto não mede forças com rufiões da mesma igualha, Portugal deixou de ser o puto jeitoso e cheio de futuro - mas que tremia na hora H - para ser o puto jeitoso que passou a fase de impressionar a comunidade da bola porque se vai convencendo de que é melhor e só lhe resta prová-lo em campo.
A transfiguração é sobretudo mental e a isso não será alheia a experiência de Martínez em Inglaterra como treinador. Alavancados pelos galões dos grandes clubes que representam, os jogadores lutam pela bola e buscam a baliza adversária sem abdicar da matriz tecnicista. Jogue quem jogar, a atitude é a mesma, longe das cautelas e dos caldos de galinha do tempo de Fernando Santos. Mas a mudança mais notável operada por Martínez é a emancipação de Bruno Fernandes da sombra de Ronaldo e a sua promoção a maestro errante, com frutos óbvios.