Não é proibido ir à bola em dia de eleições, mas a recomendação é que não se faça. Resultado? Um fim de semana decisivo no futebol repartido por dias e horários dignos de sudoku, para garantir que o único desvio permitido é até à urna.
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Não é proibido, mas diz-se que o bom senso aconselha a que não haja jogos de futebol em dia de eleições. Mas já houve, incluindo um Sporting-FC Porto em 2017, o que na altura provocou tamanho “alarme social” que surgiram notícias de que o Governo iria decretar a interdição dos tais jogos. O assunto foi tão apaixonadamente debatido que se tornou necessário responder à pergunta: proibir jogos em dia de eleições é, afinal, constitucional? Houve, imagine-se, quem visse nos eventos desportivos um dos grandes culpados pela abstenção. Ironia: este domingo, os centros comerciais estarão abertos, mas os estádios permanecerão fechados, evitando – veja-se bem – a perigosa deslocação de eleitores para fora dos concelhos onde estão recenseados.
Salvaguardado o combate à abstenção, os adeptos do futebol viram transformar-se um promissor fim de semana de decisões – da I Liga à Liga 3 – num labirinto de horários e dias que quase obrigam a colocar alarmes no calendário do telemóvel com a mensagem “É hoje”. É hoje, a partir das 20h30, que se saberá quem deixará a II Liga para trás e garantirá desde logo um lugar no principal campeonato. É, numa noite de sexta-feira, que os adeptos do Vizela terão de estar na Madeira, e é nessa mesma noite que os apoiantes do Tondela terão de ir a Leiria com a esperança de festejar a promoção. Sorte, só o Alverca, que, apesar de tudo, joga em casa. É sábado, a partir das 18h00, que se decidirá o tanto que ainda falta saber – e é quase tudo – na I Liga.
Já agora, há um Marco 09-Leça, da fase de subida do Campeonato de Portugal, adiado para dia 18, o dia das eleições, devido à falta de policiamento mínimo para a data inicialmente prevista, este sábado. Ironia...