O Benfica quis o avançado e o avançado quis o Benfica, mas os árabes intrometeram-se e o namoro caiu. Os benfiquistas merecem saber as duas versões sobre o que se passou
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É célebre a frase do histórico presidente do Vitória de Guimarães Pimenta Machado sobre as relações no futebol. “O que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira” é uma expressão que ficou na memória de muitos e que ainda hoje faz doutrina em diversas latitudes, sinal de que os anos passaram e a velha máxima está para durar. João Félix parece ser um caso que entra neste louco carrossel de certezas absolutas que afinal não se concretizam. A procura de um negócio mais vantajoso ou de um contrato mais lucrativo entrou, tanto quanto se sabe, na equação deste processo que quase conduzia o internacional português de regresso à Luz, afinal foi desviado em última hora para a Arábia Saudita.
O que se conhece é que o Benfica queria muito o avançado e procurou que o namoro que já se prolongava há meses se concretizasse em casamento, ao mesmo tempo que as juras de amor do futebolista deixavam pouca margem para dúvidas de que tudo iria dar certo. Mas não. Os encarnados não fecharam em tempo útil o acordo com o Chelsea e o Al Nassr, qual bicho-papão, intrometeu-se no assunto e fechou a contratação num dia. Uma desilusão para a legião de adeptos do Benfica que esperavam a entrada triunfal do menino-bonito em plena Eusébio Cup, agravada com a falta de explicações dos intervenientes. Os benfiquistas queriam ouvir a versão de Rui Costa e a de João Félix, mas nesta história, como em tantas outras, ergueu-se um muro de silêncio que apenas faz alimentar a desconfiança sobre tudo o que envolve os negócios do futebol. Ninguém deveria ficar surpreendido.