Apesar de nem todos os sonhos chegaram aos grandes palco pisados por Conceição, Pepe e Vítor Baía, experimentar o desporto é bem melhor do que ficar no sofá.
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Não é todos os dias que escutamos declarações de três dos mais importantes protagonistas do FC Porto. É até bastante raro. Mas ontem, Sérgio Conceição, Pepe e Vítor Baía, por motivos e com enquadramentos diferentes, responderam a questões. O material é tanto que se torna difícil decifrar num só tema a mensagem mais importante. Retenho-me numa referência de Vítor Baía ao facto de os pais se deverem preocupar mais com a escola do que com o trajeto dos filhos no futebol, cuja responsabilidade é dos treinadores.
Os clubes têm centenas de jovens em atividade todas as épocas e apenas uma pequena percentagem consegue ser profissional de futebol. Isso deveria bastar para os progenitores se interessarem mais pelo desempenho dos filhos na escola. Não creio que os pais sejam os únicos responsáveis por se perderem grandes carreiras. Há uma fatia de inevitabilidade enorme em tudo isto, independentemente do comportamento de quem acompanha de perto os futuros craques. Mas é inquestionável que, independentemente dos sonhos adiados ou perdidos, a conjugação do desporto com o desempenho escolar ajudará sempre a formar melhores cidadãos.
Os que passam pelos campos têm, pelo menos, oportunidade de perceber que os jogos não são guerras, que quem está do outro lado é só adversário e nunca inimigo, que é necessário respeitar o grupo e saber lidar com a frustração. Se, como disse, nem todos chegarão aos grandes palcos, podemos, pelo menos, conservar a esperança de, por terem andado lá perto, serão um dia adultos mais sensibilizados para a necessidade de preservar os valores do desporto, sem ceder à tentação da discussão estúpida de todos os dias nas redes sociais, que os jovens tanto utilizam.