A questão não deve ser colocada apenas sobre se tal provou que Evanilson devia ter sido titular
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1 - Mesmo vendo o impacto que ele teve no jogo, a questão não deve ser colocada apenas sobre se tal provou que Evanilson devia ter sido titular (no fundo, afinal, o jogador, ao entrar no momento certo, deu a resposta, de quem, no plano para o decorrer do jogo, já era um titular que... não ia jogar de início) mas, na reflexão de Conceição, o que salta mais na chave dessa reação que esteve na base do sucesso foi uma equipa ter passado a jogar “de acordo com a sua identidade”. Uma palavra que implica fidelidade a um modelo de jogo, incorporando nele o cumprimento das missões individuais de cada jogador dentro do comportamento coletivo.
Neste jogo de Antuérpia, o problema para uma primeira parte tão cinzenta não foi a falta dum ponta-de-lança mas sim da equipa não estar atrás a definir bem as diferentes zonas e momentos de pressionar. Se não tivesse crescido nesse item fundamental do seu modelo de identidade de jogo, o nº9 puro podia ter entrado que o seu impacto, sem lhe chegar a bola, não iria fazer sentir-se.
2 - Outra questão, porém, é, em termos conceptuais, que este modelo precisa de ter um jogador das características de Evanilson na frente de ataque, até numa dimensão de dupla atacante, vendo como Taremi cresce como jogador entrelinhas a nível de assistências com esse nº9 (eles quase comunicam por telepatia o momento de passe-Taremi, desmarcação/remate-Evanilson).