Reencontro de leões e dragões após confronto da Supertaça será o de blocos potentes que gostam de jogar em cima do adversário
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Mais do que os números, foi a forma dominadora como Sporting e FC Porto se impuseram nesta terceira jornada a Farense e Rio Ave, respetivamente, que faz antever um choque de titãs em Alvalade, no próximo sábado. É inevitável ler os acontecimentos desta ronda à luz do segundo clássico da temporada, até porque a reviravolta que deu o triunfo portista na Supertaça deixou contas pendentes no gabinete de Rúben Amorim. Com 14 golos
marcados em três partidas (o dobro do segundo melhor ataque, precisamente o do adversário de sábado), os leões têm reinado entre pares. E se quiséssemos olhar para a maratona que é o campeonato como uma prova de sprints entre os candidatos, talvez se vislumbrasse uma mensagem endereçada à concorrência por parte de Gyokeres, Trincão, Pote e companhia... Os verdes e brancos impressionam pelo volume atacante e o dos números - o Farense quase nem respirou! -; os azuis e brancos pela consistência do seu jogo, que passou a viver sem um ponta-de-lança de referência mas a alimentar-se da mobilidade e capacidade técnica de um ataque onde Iván Jaime tem aproveitado a liberdade de movimentos para brilhar e em que o adiantamento das linhas recuadas cria uma teia no derradeiro terço do relvado de onde poucos rivais saem vivos... É precisamente este traço comum a FC Porto e Sporting - o número de jogadores que colocam frente à área adversária e a pressão daí resultante - que cria o principal enigma para o embate maior da próxima ronda: qual deles conseguirá nadar à tona da maré contrária e imporá o seu estilo, vencendo?
O Famalicão divide o comando com leões e dragões depois de impor a segunda derrota seguida ao Boavista. Fê-lo com um golo de um talento em plena confirmação, Gustavo Sá, e agendou para domingo, na cidade-berço, a réplica a um dos abalos desta terceira ronda, a primeira derrota do V. Guimarães, à oitava partida da temporada. Os homens de Rui Borges caíram aos pés do Aves SAD, ou melhor, a um subtil desvio com a ponta do pé de Nenê, 41 anos e que fez o segundo golo em três jogos.
Também o Moreirense perdeu pela primeira vez, sofrendo na pele a garra deste Braga que fala castelhano e é superiormente comandado pelo maestro Zalazar. Os guerreiros levantaram voo depois de se deixarem empatar, voltando a pairar a dúvida do que farão se materializarem em golos o bom futebol jogado. Já a equipa de César Peixoto, que vinha de duas vitórias, terá a chave para outra das grandes questões deste início de época: “quo vadis”, Benfica? Para onde vais, Benfica? Frente a um débil Estrela da Amadora, vitória pouco convincente por 1-0. Será Moreira de Cónegos o palco onde a águia abrirá as asas, por entre tantas lesões e vozes de mercado? Demasiadas dúvidas até para o pragmatismo de Roger Schmidt...