António Salvador quer mais e tem razões para isso. Ao Braga já não chega estar nas decisões, é precisar chegar e ganhar. É bom, sobretudo num futebol português cheio de presidentes resignados.
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Sucesso sem profissionalismo e exigência, só nos jogos de sorte e azar. O Braga não andou uma época inteira a ameaçar os habituais candidatos ao título por acaso, nem a evolução no plano das infraestruturas, que acompanha o crescimento desportivo, aconteceu porque o clube recebeu uma herança. O terceiro lugar, à frente do Sporting, com direito a disputar o acesso à fase de grupos da Champions, resulta de uma estratégia destinada a dotar o clube de meios para estar nas grandes decisões. E ganhá-las.
Até há uma década, qualquer clube, exceto Benfica, FC Porto e Sporting, estaria em festa depois de ter terminado o campeonato no terceiro lugar e marcado presença na final da Taça de Portugal, mesmo perdendo. Aos três, junta-se, agora, o Braga. O tempo das vitórias morais também acabou na Cidade dos Arcebispos. E ainda bem. Ninguém se impõe a festejar derrotas. O plantel dos guerreiros não anda muito longe, em termos de qualidade, dos rivais que lutam por títulos.
A estrutura também dá todas as garantias. É por isso que, não obstante o Braga ter protagonizado uma campanha positiva, é natural que o presidente, António Salvador, não esteja satisfeito. Se encarasse as coisas de outra maneira, seria sinal que os "guerreiros" estão no limite, em termos de crescimento e de ambição. Sem este espírito de conquista e exigência, parariam no tempo, como já aconteceu com outros históricos. Felizmente, não é assim. Mesmo sem ter a força social dos três maiores, promete incomodar e dar luta, o que é muito positivo para o futebol português.