JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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Talvez mais importante do que a derrota do Sporting em Turim - passível de ser revertida, já lá vamos -, é o facto de o resultado, provavelmente, definir a descida de Portugal ao sétimo lugar do ranking da UEFA, o que praticamente confirma a perda de uma vaga na Liga dos Campeões, a partir da temporada 2024/25, uma direta à fase de grupos e outra com duas eliminatórias antes de lá chegar.
É praticamente garantido que Portugal perde uma vaga na Champions em 2024/25, um rombo na entrada de divisas, que resulta de décadas à espera de medidas suscetíveis de tornar o nosso futebol mais competitivo.
É um golpe anunciado, mas duro, que resulta em boa parte da ausência de medidas estruturantes no sentido de reforçar os meios financeiros das equipas de segunda linha que participam na Liga Europa e na Conference League.
O primeiro passo para minimizar este problema teve de ser dado pelo Governo, que "obrigou" os clubes a avançar para a centralização dos direitos de transmissão dos jogos, cuja democratização chegará com décadas de atraso. A incapacidade de fazer reformas não é um exclusivo do futebol. No nosso país, atravessa toda a sociedade. Como dizia Júlio César, reza a história, "há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar".
Enfim, nem tudo é mau, ainda cá estamos... Sobre a visita dos leões ao terreno da Juventus, fica a confirmação de que Rúben Amorim está um passo à frente. Sabe sempre para onde quer ir, mas as variantes e os acasos dos jogos de futebol nem sempre permitem lá chegar. Com uma equipa cheia de jovens, o Sporting não só meteu a Juventus num bolso como ficou a dever a si próprio dois ou três golos, acabando por cair da pior maneira, após mais um erro de Adán.
O melhor da viagem a Turim é mesmo aquela sensação de que, a meio da eliminatória, percebe-se já que a melhor equipa nesta discussão não é a "vecchia signora", mas o jovem leão.