JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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A grande vitória do Sporting na Liga dos Campeões contrasta com a noite sombria do FC Porto.
FC Porto e Sporting já tiveram momentos negativos esta época, mas as linhas, pelo que se viu nos últimos jogos, parecem começar a divergir, sobretudo pelo que as equipas têm feito na Champions.
O desempenho do campeão nacional foi pobre e curto para vencer o homólogo da Bélgica, o que não parecia possível, sobretudo depois do que se passou há uma semana em Madrid, onde a equipa de Sérgio Conceição, em circunstâncias muito difíceis, conseguiu manter-se bem viva no jogo, antes de ser penalizada numa altura em que já não havia maneira de retificar o resultado. Os dragões continuam a zero na Champions, ao contrário do Sporting, que conta por vitórias os jogos disputados e também diante de adversários exigentes, especialmente o de ontem, o todo-poderoso Tottenham, que ainda não tinha perdido nesta época.
FC Porto e Sporting já protagonizaram fases negativas na liga interna. Amorim teve um arranque negro, com empate em Braga, e duas derrotas seguidas, em casa, com o Chaves, e no Dragão, com o rival na luta pelo título, que por seu lado deixou três pontos em Vila do Conde, na visita ao Rio Ave. Na perspetiva dos dragões, porém, os sinais são mais preocupantes, porque as linhas, que a certa altura se tocavam, parecem derivar em sentidos opostos.
O Sporting apresenta-se mais confiante e adaptado ao que pretende Amorim, aconchegado por uma série de quatro triunfos - 11 golos marcados e nenhum sofrido -, com os tais jogos de grau de dificuldade elevado na Champions incluídos; o FC Porto mostra sinais inquietantes, com duas vitórias no plano interno e duas derrotas na Europa, tudo traduzido num saldo de seis golos marcados e outros tantos sofridos no mesmo ciclo. Os sinais são preocupantes, até porque uma goleada deixa sempre marcas. Sérgio Conceição já habituou a nação portista a transformar ciclos negativos em finais de época de festa, logo veremos se a manta, tão esticada com as transferências no defeso, não terá ficado demasiado curta desta vez.