Depois de os administradores da Benfica SAD, no período compreendido entre 2016 e 2020, terem sido constituídos arguidos, a instauração de um processo na justiça desportiva acaba por ser um procedimento expectável.
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A indignação do Benfica é tão natural como a abertura de um processo disciplinar por parte do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol, face à necessidade de apurar a existência de factos novos que justifiquem análise mais cuidada e suscetível de configurar ilícitos que entram na esfera da Justiça Desportiva.
O clube da Luz até pode ter razão quando lamenta não ter sido notificado pela Comissão de Instrutores da Liga que tinha sido aberto um processo
O apuramento da verdade, seja qual for o clube em questão, é essencial para injetar credibilidade no futebol português, permanentemente envolvido num ambiente de suspeição que só desaparecerá quando não subsistirem dúvidas em relação a toda e qualquer matéria investigada pela Justiça.
Recentemente, elementos da atual e anterior Administração da Benfica, SAD, presidente Rui Costa incluído, foram constituídos arguidos no megaprocesso que procura determinar a existência de ilícito criminal em vários casos, alguns com origem em matérias reveladas pelo "Football Leaks".
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Quando este expediente judicial foi conhecido, há pouco mais de uma semana, a Benfica, SAD manifestou "total disponibilidade e abertura para colaborar com as entidades competentes".
O clube da Luz até pode ter razão quando lamenta não ter sido notificado pela Comissão de Instrutores da Liga que tinha sido aberto um processo - percebe-se a indignação -, mas no resto justificar-se-ia postura idêntica à anteriormente manifestada.
Até porque, no caso da justiça desportiva, também estamos perante entidades competentes mas, sobretudo, porque quem não deve, não teme. O apuramento da verdade será bom, com ou sem consequências desportivas.
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