VISTO DO SOFÁ - Opinião de Álvaro Magalhães
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Na última jornada, Diomande foi expulso em Alvalade por causa de uma cotovelada que não existiu. O que houve foi uma perfeita encenação dessa cotovelada por um jogador do Arouca. Foi, pois, um momento em que o futebol e o teatro trocaram sinergias. E cenas como esta não são pontuais, esparsas, raras, mas o pão nosso de cada jornada. Aliás, esta arte do engano não é apenas um recurso dos fracos, as equipas grandes também a usam, quando é preciso. Na verdade, as simulações estão enraizadas na nossa cultura futebolística. Quem não recorda a imagem de Paulinho Santos, a piscar o olho ao seu banco, enquanto era retirado do campo numa maca?
Acontece que as representações dos jogadores evoluíram, atingindo hoje picos elevados. Dir-se-ia que também fazem parte do treino e são arduamente ensaiadas. E até aquele spray milagroso com que os assistentes borrifam as meias dos jogadores em sofrimento é um momento teatral. Nem se dão ao trabalho de baixar as meias dos jogadores, pois o efeito é sempre o mesmo: nenhum.