JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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Quando o intervalo chegou, na partida de Milão, havia razões para Portugal aspirar a uma noite perfeita na Liga dos Campeões. Mas bastou ao Inter subir a zona de pressão uns 20 metros no terreno para se perceber que dificilmente o Benfica sairia de Itália com outro resultado que não a derrota.
Depois da festa do Braga em Berlim, uma derrota perigosa do Benfica em Milão, em função do atraso na corrida aos "oitavos", onde o FC Porto poderá colocar um pé hoje, caso vença o tubarão da Catalunha.
Só o guarda-redes Trubin, tão criticado na primeira jornada da Champions, evitou que as águias voltassem para casa com um resultado mais pesado. Com três equipas nacionais em prova, a probabilidade de produzir heróis, na perspetiva portuguesa, torna-se maior. Antes das sombras de Milão - onde Schmidt voltou a uma fórmula que nada de bom tinha produzido nos primeiros 45 minutos da Supertaça, quando também abdicou de ter um ponta-de-lança em campo -, o Braga brilhou como nunca na competição milionária, ao conseguir consumar a reviravolta (esteve a perder por 2-0) mesmo à beira do fim.
Uma defesa incrível de Matheus e, quase na continuidade, um disparo cheio de fé de Castro, permitiram aos guerreiros escrever uma das páginas mais bonitas da história de um clube que, depois de se afirmar em Portugal, começa a fazer o mesmo além-fronteiras.
A aventura europeia prossegue hoje, com um Dragão cheio, de adeptos e de fé, para acolher o Barcelona. Nunca seria fácil contra os catalães, mas atendendo às ausências, os azuis e brancos têm pela frente uma tarefa dura, que exige competência, coragem e aquela chama que tantos tubarões europeus já reduziu a cinzas nas visitas à Invicta.