Agora que as emoções da Liga já batem à porta, com regresso agendado para a próxima semana, vale a pena olhar o exemplo do Mundial e, sem deixar de criticar, moderar o tom quando há erros dos árbitros.
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O terceiro golo da Argentina na final do Mundial podia ter sido anulado por causa de um jogador que festejou dentro do campo antes de a bola entrar.
Assinalar aquela infração seria desvirtuar a verdade do jogo. Excetuando os franceses mais insatisfeitos, compreensivelmente, como escrevi, ninguém se atreverá a considerar um golo destes ilegal
Na prática, Scaloni tinha 12 jogadores no retângulo quando Lionel Messi apontou o 3-2, o que não é legal. Não se sabe se o árbitro viu, mas entretanto, claro está, como nada é passível de ser escondido, a imagem e o vídeo do momento já correram mundo.
Tirando uns quantos franceses, o que é compreensível, sobretudo num quadro de tamanha desilusão pela final perdida, não me apercebi que alguém tivesse defendido a anulação do golo, nem me parece que a decisão do árbitro pudesse ter sido diferente da de apontar para o centro, confirmando o após avaliação do VAR, porque isso seria subverter o espírito do jogo.
Mas, por momentos, tentemos transferir a questão para o panorama do futebol português. Imagine-se que grande 31 enfrentaríamos se um lance destes acontecesse numa partida entre rivais da Liga. Serve isto para explicar que nem todas as leis são para levar à letra, há valores mais altos no futebol.
Assinalar aquela infração seria desvirtuar a verdade do jogo. Excetuando os franceses mais insatisfeitos, compreensivelmente, como escrevi, ninguém se atreverá a considerar um golo destes ilegal. Ao contrário do que pode parecer, não faltam lances assim. E outros que não deveriam merecer reparo e horas de discussão tão intensa como estéril.
É um caso, não serve de barómetro para nada, mas agora que estão à beira do regresso as emoções do campeonato, vale a pena refletir e, sem deixar de criticar, moderar o discurso, porque todos erram: jogadores, treinadores e árbitros.