Empate no Dragão manteve leões no topo mas com o “score” mais baixo desde 2018/19. Portistas alcançados pelo Braga e Benfica perde peças...
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Braga e Estoril são as duas melhores equipas do campeonato no que vai de 2025, tendo ganho as cinco partidas que disputaram, com ligeiro ascendente para os minhotos em termos de golos - e até de adversários, pois entraram no novo ano a vencer na Luz! A última jornada não fugiu a esta regra: ambos venceram em casa, os bracarenses o Gil Vicente e os canarinhos o Boavista, com a curiosidade de o terem feito à custa de dois bis: Roger pelos arsenalistas, o marroquino Begraoui pelos da Linha.
O quinto triunfo seguido dos comandados de Carvalhal teve como consequência colá-los ao FC Porto no terceiro lugar da classificação, mérito para o perseguidor e, bem vistas as coisas, uma espécie de prémio de consolação para o perseguido, já que os portistas se agarraram com unhas e dentes ao degrau mais baixo do pódio da mesma forma que o fizeram ao empate no clássico com o Sporting.
O prato mais apetitoso da 21.ª ronda foi servido logo de entrada e se não defraudou em termos de emoção, com os portistas a anularem já nos descontos do segundo tempo a vantagem obtida pelos leões logo na primeira parte, suscitou muitas dúvidas em ambos os lados quanto à solidez de ambas as candidaturas no que resta de Liga. Uma certeza, porém, saltou à vista: o FC Porto, agora nas mãos de um Martín Anselmi com a paixão pelo jogo à flor da pele, já não depende dele para chegar ao título, tendo desvantagem com os verdes e brancos no confronto direto (derrota e empate). Resta-lhe a receção ao Benfica para salvar a face neste mini-campeonato dos grandes.
As águias cumpriram na receção ao Moreirense mas equipa e adeptos não se livraram de alguma taquicardia, porque o 3-1 que aparentava tranquilidade ao intervalo desvaneceu-se como anéis de fumo num segundo período inseguro e já sem o contributo de Bah e Manu Silva, lesionados de longa duração e que adensam as dúvidas quanto à qualidade e profundidade do plantel de Bruno Lage. A lateral direita deverá ficar a cargo do “bombeiro” Tomás Araújo, restando António Silva e Otamendi para o centro da defesa. Curto, tal como as opções para o “miolo”, de volta às congeminações em torno de Florentino, Aursnes, Barreiro e Kokçu... Se a isto somarmos os problemas físicos que têm sido constantes no Sporting - Pote de fora, Morita e Gyokeres geridos “com pinças” - e a “pré-época” em curso no FC Porto, entende-se que nenhum dos três transmita imagem de força para o exterior. Nem imagem nem boas contas, pois os 51 pontos dos leões constituem a liderança mais fraca à 21.ª jornada desde 2018/19, quando os azuis e brancos ostentavam uns galões de comandante que no final da época iriam parar aos ombros... do Benfica, de Bruno Lage.
O outro lado desta debilidade dos grandes é, claro, o aumento da emoção. Que é diferente de aumento de competitividade, porque a competição aparenta estar nivelada por baixo. A oportunidade para o confirmar - ou desmentir - surge já a partir de hoje, quando o futebol português regressar à arena internacional. Com o quarto melhor somatório de pontos da época uefeira, os clubes portugueses defrontam dois de países abaixo, Alemanha (5.º) e França (6.º) e só um acima, a Itália (2.º), embora individualmente, só o Benfica tenha feito ligeiramente melhor do que o Mónaco (17,25 pontos-17), ao contrário de Sporting em relação ao Dortmund (14,5-19,75) e FC Porto à Roma (9,75-11,5).