A amostra é ainda pequena, mas a subida do número de minutos de compensação nas partidas da Liga parece acrescentar emoção e golos, proporcionando finais taticamente anárquicos.
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Se há elemento novo visível na edição 2023/24 da Liga é o maior tempo de compensação determinado pelos árbitros, que promete colocar novos desafios aos treinadores.
Para se perceber o impacto, basta explicar que na primeira jornada da época anterior nenhuma partida tinha sido decidida nos descontos, enquanto nesta foram quatro, com influência direta nos resultados de dois candidatos ao título, o Benfica e Sporting de Braga.
Nas temporadas anteriores, não faltaram treinadores a lamentar, e muitas vezes carregados de razão, a incoerência dos juízes quando têm oportunidade de penalizar o antijogo. Tinham razão. O próprio International Board deu indicações no sentido de contabilizar como paragens, por exemplo, os festejos dos golos e, obviamente, tudo somado, não resta alternativa a não ser disputar uma espécie de mini prolongamento. Este tempo-extra, conjugado com o facto de poderem, desde a pandemia, ser efetuadas cinco substituições, o que significa mais mão-de-obra fresca na ponta final, introduz um fator novo com o qual Sporting de Braga e Benfica não lidaram muito bem na primeira ronda.
Este critério mais rigoroso na aplicação dos minutos de compensação tem, aparentemente, efeitos positivos. Porque emerge como fator de incerteza e emoção, além de, aparentemente, ser catalisador de golos. Na primeira jornada da Liga, foram marcados 34, contra os 22 da época passada, sendo que seis aconteceram na compensação, quando em 2022/23 nem um para a amostra tinha sido festejado neste período.