A última jornada da I Liga promete emoção ao limite, nervos à flor da pele e corações na boca. É o futebol no seu estado mais cru. Onde se decide tudo, se desconfia de todos e se sofre até ao fim.
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Contas, calculadora, emoção e gente que fazia melhor em estar calada. Os ofendidos, as juras de profissionalismo à prova de qualquer dúvida, a necessidade de garantir que ninguém joga para perder. As malas, as dúvidas e ainda as suspeitas de que uma equipa vai entrar “derrotada” e outra com uma inabalável “vontade de vencer”. Os dias que antecedem o derradeiro apito final são um cocktail previsível, ainda que pouco ou nada surpreendente. E longe de ser um exclusivo “isto só mesmo em Portugal”.
Os dias que antecedem a decisão final estão a ser o esperado, sendo que daí não vem mal ao mundo, faz parte do pacote do futebol: emoção elevada aos limites e, em raros casos, elevada à estupidez. Vivemos o futebol no seu estado mais intenso, onde tudo se discute e quase nada se esquece. As pressões aumentam, os nervos falam mais alto e, em alguns casos, instala-se um ruído desnecessário que em nada contribui para a imagem do próprio jogo.
É neste parágrafo que entra o comunicado do Vitória sobre as declarações de Rui Borges. Um caso óbvio de tempo perdido, até porque o treinador do Sporting poderia ter dispensado a “indireta” e, bem vistas as coisas, não era caso para uma reação oficial. Num momento em que se exige serenidade e confiança, cada palavra pesa.
Mais difícil de compreender - e digerir - foi a intervenção de Nuno Magalhães, presidente da Mesa da Assembleia Geral da SAD do Benfica. Um tiro no pé que fragiliza, antes de mais, a sua posição institucional, ainda que, certamente, não afetará a capacidade de julgamento de Bruno Lage ou o desempenho de Schjelderup ou Di María. Comecem os jogos a sério.