A afirmação do Braga é obra, mas não do acaso. A modernização do clube no plano das infraestruturas permite-lhe passar do sonho à prática e discutir títulos com os três crónicos candidatos do nosso futebol.
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Quem resume o sucesso do Sporting de Braga ao desempenho desportivo - nesta campanha mais visível porque a equipa Artur Jorge está, a quatro jornadas do fim, bem dentro da luta pelo título - ou tem vistas curtas ou anda desatento.
Depois de estabilizar os bracarenses na zona alta da tabela nos primeiros anos de presidência, António Salvador encetou um plano de crescimento ao nível das infraestruturas só comparável aos dos maiores clubes do Mundo, e não há qualquer exagero nisto.
O anúncio do arranque das obras do Estádio Centenário, futuro palco das equipas feminina e B, é a mais recente evolução neste processo de afirmação que, de certa forma, ajuda a compreender por que razão o Braga pode sair da Luz, na próxima ronda, a morder os calcanhares ao Benfica.
A cidade desportiva dos bracarenses não fica a dever nada aos melhores laboratórios do futebol, revelando-se fundamental para o momento que o clube atravessa. O orçamento da SAD continua a ser inferior aos dos três habituais candidatos ao título, mas é cada vez mais robusto porque Salvador tem conseguido formar e vender jogadores por bom preço. E com esta dinâmica garante o abastecimento da equipa principal, que também beneficia com a competência revelada pela SAD no mercado.
Se puxarmos o filme atrás duas décadas, percebemos a dificuldade que o clube tinha em captar e fixar jovens talentos, que sempre fugiam para FC Porto, Benfica e Sporting. Esse quadro alterou-se porque, agora, os minhotos oferecem aos jogadores condições tão boas ou melhores do que os rivais. A presença do Braga na discussão do título é, portanto, tudo menos obra do acaso, sendo impossível dissociar o bom momento desportivo do investimento em infraestruturas.