Na dança de cadeiras dos candidatos às mais altas entidades desportivas, deseja-se que a convergência política seja mais do que... mera política
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1 - O talento de um jogador é sempre um raio de sol em qualquer partida. Quando tem reflexos positivos para a equipa e não se limita a servir para uma compilação de “best of” nas redes sociais, é capaz de iluminar os momentos mais enfadonhos. Rodrigo Mora, de apenas 17 anos mas com tiques e toques de número 10 à moda antiga, foi esse clarão na noite de Moreira de Cónegos, decisivo para exorcizar fantasmas nos portistas e colocá-los na liderança da I Liga, onde não se viam há mais de dois anos e três meses.
É certo tratar-se também de mero capricho do calendário e pode durar somente 24 horas, uma vez que o Sporting pode recuperar o comando hoje, em Barcelos, mas o que é inegável é o campeonato estar relançado, algo impensável há um mês. O trio da frente está, neste momento, embrulhado em dois pontos e na próxima jornada há um Sporting-Benfica que promete animar ainda mais as hostes. Tal como as “travessuras” bem adultas do adolescente Mora, um regalo para os amantes de um futebol que vai além dos quadros táticos e dos índices físicos ou das métricas.
2 - Esta semana foi reveladora em relação às duas eleições agendadas para 2025 e que irão marcar os próximos anos do Desporto em Portugal. Pedro Proença, presidente da Liga de clubes de futebol, formalizou o avanço rumo à liderança da Federação Portuguesa de Futebol, de onde, por força da limitação de mandatos, sairá Fernando Gomes, por sua vez candidato ao topo da hierarquia do Comité Olímpico de Portugal, cujo lugar está vago desde o falecimento de José Manuel Constantino, numa tristemente irónica coincidência com o encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris. Para a Liga Portugal, correrá Júlio Mendes, ex-presidente do V. Guimarães e talvez Reinaldo Teixeira, que lidera a A.F. Algarve, a confirmar-se a saída de Proença para a FPF.