DE CABEÇA - Uma opinião de Vítor Santos
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O Benfica tem hoje teste importante, em Portimão. Por dois motivos que derivam de competições diferentes: as águias regressam à competição após um jogo exigente na Liga dos Campeões, em que foram sujeitas a esforço extra, porque disputaram quase uma partida inteira em inferioridade numérica, devido à expulsão de António Silva, na segunda das duas grandes penalidades assinaladas contra os encarnados no primeiro quarto de hora; por outro lado, depois do Algarve, os homens de Schmidt voltam a casa, mas sem direito a descanso, porque o adversário que se segue, na frente interna, é o FC Porto.
Nunca seria um jogo qualquer - é muito cedo, mas as contas do título do nacional, para se fazerem mais à frente, passarão sempre pelos duelos entre candidatos -, só que este assume uma importância acrescida também como oportunidade de verificar a capacidade das águias perante adversários que procuram assumir a condução do jogo, como foi o Salzburgo e como será o FC Porto.
No final da partida de quarta-feira, o treinador do Benfica sublinhou, com elogios, o comportamento da equipa na reação à adversidade. Depois de ter criticado publicamente Vlachodimos, na sequência da derrota na primeira ronda do campeonato, com o Boavista, Schmidt mudou de estratégia e optou por defender Trubin, e bem, parece-me.
Ontem, voltou a fazê-lo, revelando a coerência, porque era muito simples ter apontado erros à forma como Kokçu aborda mal o processo defensivo, obrigando João Neves a desdobrar-se em mil e uma tarefas, ou à maneira como Di María procurou, no duelo europeu, cavar faltas, somando perdas de bola que deixaram a equipa exposta aos contra-ataques do adversário, sendo certo que, com um pouco de sorte e um guarda-redes menos competente, o astro argentino, graças aos recursos técnicos de exceção, poderia ter conseguido o golo que relançaria o jogo em duas ocasiões, através de um canto e um livre superiormente apontados.
Criticado por parte do treinador, após embate de quarta-feira, só mesmo o árbitro: "Não esteve do nosso lado", apontou Roger Schmidt. Mas o técnico estava à espera de quê, não devia ser sempre assim?