Contratar Roger Schmidt terá sido a decisão mais importante do mandato de Rui Costa. A revolução foi tão rápida e eficaz que o técnico nem de uma época precisou para se tornar consensual.
Corpo do artigo
Não é por ser mais ou menos óbvio e esperado que deixa de ser notícia: Roger Schmidt chegou, viu, ainda não venceu (títulos), mas a renovação, com estadia prolongada para lá do fim do mandato de Rui Costa, resulta de a escolha do presidente do Benfica, ainda antes de terminar a época passada, fazer todo o sentido.
O alemão recebeu um grupo de jogadores descapitalizado e transformou-o numa equipa valiosa, com apenas três ou quatro entradas importantes. Schmidt é, por esta altura, um técnico consensual no futebol português e, sobretudo, junto dos adeptos encarnados. Luís Filipe Vieira será, provavelmente, o único a discordar da contratação, ou então já terá mudado de ideias, uma vez que, antes do início da temporada, sublinhou discordar da decisão de Rui Costa.
A renovação é oportuna. A campanha do Benfica na Liga dos Campeões, o avanço no Campeonato, e a qualidade do futebol apresentado pelas águias deixam poucas dúvidas sobre o mérito da revolução operada na Luz, e em tempo recorde, como Rui Costa precisava, por estar obrigado a ganhar, com a coragem de não o esconder desde o arranque da campanha, apontando sem hesitação a aposta no sucesso desportivo, o que implica sacrificar os resultados financeiros.
Se Schmidt cumprirá o contrato até 2026 é outra questão. O trajeto na Champions coloca o treinador nas bocas da Europa, onde há dinheiro e poder para subverter todas as lógicas e todos os casamentos. Até este, entre Schmidt e o Benfica, uma espécie de lua-de-mel sem fim à vista, sobrevivendo a todos os reveses, como a eliminação das taças, de Portugal e da Liga.