Reinaldo Teixeira e Pedro Proença apareceram em vídeos de apoio a um candidato nas eleições do Chaves. Um gesto que gerou surpresa e abriu espaço a interpretações
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1 Não há finta inventada que consiga afastar a ideia de que os vídeos de Reinaldo Teixeira e Pedro Proença são golos na própria baliza. Autogolos que deixam o futebol português a perder, lances que surpreendem porque revelam um tipo de erro difícil de imaginar cometido pelos presidentes da Liga e da FPF. Apoiar um dos candidatos ao ato eleitoral de um clube – seja qual for, e independentemente da sua dimensão – já seria, por si só, um equívoco no caso de se tratar de um concorrente único. O facto de a recandidatura de Francisco Carvalho à presidência do Chaves ter a concorrência de Otávio Borges amplifica a dimensão do erro. Erro esse aproveitado pelo candidato sem vídeo, que não perdeu tempo em usar a palavra “credibilidade”. No fundo, este é um caso que podia ter sido evitado, ainda que pareça ter sido provocado mais pela afetividade do que pelo objetivo de reunir mais consenso em torno do histórico dirigente do clube transmontano. É isso que se depreende das palavras dos dois presidentes dos organismos que dirigem o futebol em Portugal, mas essas palavras são insuficientes para que o episódio possa ser repetido. Ainda que fique agora aberto um precedente.
2 A edição que hoje lhe chega às mãos tem mais pontos de interesse, mas ainda assim a grande entrevista a Gustavo Sá merece destaque e leitura atenta. Trata-se de uma das maiores promessas do futebol português e, em quatro páginas, revela que não “fala bem” só com uma bola nos pés. “Não me preocupa se vou para A, B ou C. No final, vai ser como desejo”, diz com a convicção de quem sabe que o muito que tem feito bem lhe valerá, um dia – este verão –, um contrato com um clube com objetivos superiores aos do Famalicão. Esse Famalicão que é um case study de como um clube médio deve viver na realidade do futebol português: comprando bem, potenciando muito e vendendo melhor.