PLANETA DO FUTEBOL - Um artigo de opinião de Luís Freitas Lobo.
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1 A entrada na segunda parte, com o penálti e sem a defesa sportinguista ver Kikas, colocara o Estrela a ganhar. O susto percorreu o mundo leonino. O momento em que Edwards desatou a serpentear por entre toda a Amadora até marcar, virou tudo de pernas para o ar, mas no plano tático a equipa não tinha conseguido estabilizar uma zona de encurtamento de espaços mais subida capaz de travar a construção (que se tornara mais agressiva) do meio-campo do Sporting desde trás.
Ou seja, depois de ferir ofensivamente, faltou-lhe segurar o jogo (enervando o adversário) subindo um pouco os médios sem recuar tanto para a linha de 5. Faltam, porém, médios dessas características, num meio-campo a dois (falta um terceiro elemento nestas fases do jogo) para ativar esse diferente chip. Sérgio Vieira tentou manter a equipa equilibrada para segurar o resultado mas nunca conseguiu segurar o... jogo. A bola esteve sempre, com espaço a mais, no início de construção leonino (que entretanto metera Pote desde trás e Paulinho na frente). Virou, assim, o jogo. Com serenidade técnica e bom jogo posicional tático-mental a combinar.
2 Os treinadores, Artur Jorge e Paulo Sérgio, colocaram o foco da mudança radical do jogo da primeira para a segunda parte (de 0-1 para 6-1!) na diferente atitude dos jogadores, mas além desse fator, sobretudo na quebra de concentração defensiva dos algarvios, a grande diferença está no poder ofensivo do Braga que, quando ativa o ritmo, criatividade e combinações certas é praticamente imparável.