JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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A luta pelo título, temperada pela vitória do FC Porto sobre o Benfica na ronda passada, tem hoje novos episódios a norte do Douro, com a visita do líder a Chaves e a receção do perseguidor ao Santa Clara. Na fase das grandes decisões, é costume o tema da arbitragem trepar à ordem do dia. Esperemos que seja sempre neste tom, que levou Sérgio Conceição, por exemplo, a sublinhar a necessidade de todos os protagonistas do jogo estarem ao melhor nível.
Nunca as condições para dirigir jogos de futebol foram tão boas. Na era do VAR, a segunda oportunidade dada aos árbitros tem de servir para diminuir a polémica, desde que acompanhada por competência e coragem.
Neste sprint final, qualquer erro pode ser fatal: para o guarda-redes que não agarra a bola fácil, para o avançado que falha um golo cantado e para o árbitro que avalia mal um lance importante. Felizmente, na minha perspetiva, temos o VAR, esse auxiliar decisivo para tirar todas as teimas. Ou seja, os juízes, que até há poucos anos estavam em desvantagem - jogadores e árbitros falham, mas a tribo do futebol só idolatra os primeiros -, passaram a ter uma segunda e definitiva oportunidade, ao contrário dos outros intervenientes, que não podem confirmar junto ao ecrã como devem meter o pé à bola para assegurar que ninguém a interceta antes de chegar à baliza.
Este instrumento, ainda assim dependente do olho humano, é um auxiliar fantástico para os árbitros, mas também os responsabiliza, porque ninguém vai compreender decisões em sentido contrário àquilo que todos vemos e menos ainda julgamentos díspares em lances idênticos. Como, por outro lado, ninguém tem o direito de colocar em causa a honestidade das equipas de arbitragem, o desejo dos dragões será partilhado pelas águias e, seguramente, por todos os adeptos do futebol, resumindo-se em duas palavras: competência e coragem. Boa sorte!