Quebrar a rotina do futebol é o desejo de muitos, mas poucos têm condições para isso. O Braga tem-nas e não disfarça, com um discurso que deve deixar os rivais em sentido.
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Com as grandes decisões da Liga à vista, o Sporting de Braga ainda está metido nas lutas mais importantes, ocupando o terceiro lugar.
Já esteve mais perto da liderança, deixando os adeptos com água na boca, a salivar pela conquista que lhes falta, esperança justificada pelo crescimento sustentado do clube sob o comando de António Salvador.
O discurso dos dirigentes nem sempre é para levar muito a sério, bem sei, talvez por isso já tenhamos assistido, por exemplo, aos líderes dos clubes que a história do futebol português chancelou como "três grandes" a afirmar, em determinadas conjunturas menos favoráveis, que o título "não é obrigação" ou "não pensamos nisso", seguramente numa tentativa de aliviar a pressão que sempre estará presente na vida de quem entra em campo com a obrigação de vencer. Com Salvador não é assim. Mesmo numa fase menos fulgurante da equipa liderada por Artur Jorge, o primeiro dos guerreiros sublinhou, anteontem, que essa é a ambição do Sporting de Braga, o que faz todo o sentido, atendendo aos meios humanos e infraestruturais que os minhotos possuem. Os grandes clubes são os que todos os anos renovam a ambição. Salvador sabe disso e não se esconde.
Claro que, com o Benfica lançado na frente, a cada jornada que passa torna-se mais estreito o caminho para o sucesso, contexto que valoriza ainda mais a coragem e a coerência presentes discurso dos minhotos, estribados numa liderança que recusa prestar vassalagem, por ter bem presente que só assim será possível quebrar com os poderes instituídos, por decreto, no futebol português.