JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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O teste do algodão podia servir para colocar, definitivamente, o dedo na ferida, mas ainda não foi desta.
Mesmo em superioridade numérica mais de uma hora, o Benfica debateu-se com inesperadas dificuldades, que não o impediram de sair do Dragão com uma vantagem importante.
Se na véspera do clássico antecipei que este seria o jogo ideal para se perceber a capacidade do Benfica, não obstante os bons resultados obtidos na Liga dos Campeões, contra Juventus e PSG, indicarem uma equipa confiante, personalizada e cheia de qualidade, é impossível fazer uma avaliação justa à dimensão do conjunto de Roger Schmidt, porque a expulsão de Eustáquio desequilibrou o duelo, dando uma vantagem importante aos encarnados e obrigando o FC Porto a abdicar de sufocar o adversário naquela pressão que manteve as águias em sofrimento constante nos primeiros 27 minutos, forçando-a a apresentar um futebol a léguas da imagem deixada, por exemplo, em Turim ou Paris.
O Benfica saiu por cima, ao abrir seis pontos de vantagem, o que não é pouco, ficou mais confortável, mas ao contrário do que seria de supor, mesmo com mais um elemento no terreno durante uma hora, mostrou inesperados sinais de intranquilidade perante a capacidade de superação dos azuis e brancos. É estribado nessa característica, de antes vergar que torcer, tão vincada nas equipas de Sérgio Conceição, que o FC Porto poderá manter o líder da Liga em sentido, uma vez que nada está decidido à 10.ª jornada.
A verdade é que ainda não tínhamos visto, na presente época, uma equipa provocar tantos distúrbios na segurança defensiva do Benfica, que também tem no banco um treinador sagaz e corajoso, porque nunca é fácil deixar a grande estrela, Enzo Fernández, nos balneários ao intervalo, face à possibilidade de ver um segundo cartão amarelo. O que até era provável, atendendo à forma como João Pinheiro conduziu o jogo, quase sempre rápido a sacar dos cartões.