Incapacidade para materializar em golos a superioridade que mostrou em campo durante a primeira hora de jogo impede o Benfica de ir a Marselha com maior tranquilidade
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1 Viver perigosamente pode matar. Em termos genéricos, a ideia é irrefutável; aplicada ao futebol, na ressaca da vitória do Benfica, por 2-1, sobre o Marselha, não poderia ser mais clara. As águias começaram bem, chegaram aos 2-0 numa altura em que até justificavam uma vantagem mais alargada, mas não concretizaram as oportunidades criadas. E, como se sabe, quando não se cumprem as promessas de golo, há sempre um adversário disposto a punir esse pecado mortal do desporto-rei, o desperdício. Fê-lo o Marselha, aproveitando um erro defensivo e não só mantendo a eliminatória em aberto como levantando questões acerca da capacidade defensiva de um Benfica que dá a sensação de conceder demasiado espaço e também tempo nas imediações da sua área. Ainda que mínima, a vantagem será importante no efervescente “Vélodrome”, assim saiba a equipa de Schmidt tirar dela partido, sem olhar a notas artísticas nem mostrar clemência pelo adversário.
2 Rúben Amorim voltou a tentar fechar o tema Liverpool numa gaveta e deitar fora a chave. Mas os jornalistas (pela importância do assunto) não deixaram, como já sucedera e como acontecerá até final da época, introduzindo um “zig-zag” na vontade do treinador do Sporting em manter o pensamento dos jogadores focado numa linha reta até à conquista do campeonato. Daí tanto empenho em dar-lhes total mérito (e encher-lhes os egos), esvaziando o próprio. Como se fosse possível dissociar o espírito indomável e a qualidade do futebol destes leões do seu líder.