A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - O Europeu confirmou o agravamento de uma triste tendência: menos espaço e tempo para os jogadores executarem, muita tática, muito pragmatismo e pouca, muito pouca arte, dinâmicas de jogo que mais parecem andebol jogado com os pés e com as quais as equipas se anulam e as oportunidades rareiam. Deschamps, um dos expoentes maiores deste indesejado paradigma futebolístico, diz que “se não gostam, mudem de canal”; Bielsa, no fim do jogo em que após empate a zero o seu Uruguai eliminou o Brasil nos penáltis, deixou uma avisada constatação: “O futebol tem cada vez mais espetadores e é cada vez menos atrativo.” Poderão estas duas tendências, assim antagónicas, compatibilizar-se por quanto tempo mais? Que ganhe a Espanha!
2 - José Mota tem razões de sobra para ter saído de Águeda preocupado, nós nenhumas para embandeirarmos já em arco: uma goleada no primeiro jogo de pré-época vale o que valeu, ou seja, valeu para ver as caras novas Pavlidis e Barreiro deixarem boas indicações, o joker Aursnes no seu lugar, Florentino e Neres em excelente nível e um conjunto de jovens a fazerem gato-sapato dos algarvios na segunda parte, em especial Prestianni - que exibição! - e Rollheiser, uma bela revelação como um dos pivôs do meio-campo. Dores de cabeça das boas para Schmidt?