O JOGO DO LEÃO - Uma opinião de Manuel Moura dos Santos
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Abril será um mês decisivo para o Sporting. Mês de decisões na liga portuguesa e mês de decisões na Liga Europa. Em 30 dias, o Sporting fará oito jogos, todos eles decisivos. O empate entre Braga e Porto abriu a possibilidade de o Sporting se aproximar destes dois competidores directos na liga nacional, podendo ficar, respectivamente, a três e cinco pontos destes. Embora o calendário possa ser considerado acessível, o passado recente diz-nos que tais análises podem ser prematuras.
Este pode ser um Abril Leão mil alegrias ou mil tristezas. Vou apostar na primeira hipótese.
Só um Sporting muito focado e competitivo poderá levar de vencidos estes adversários. A aproximação a Braga e Porto é fulcral para estratégia de curto prazo do clube. Disputar a Liga dos Campeões da próxima época, ou não, será decisivo no planeamento desta.
Os jogos com a Juventus serão muito difíceis, pois os italianos têm nesta competição a única possibilidade de chegarem à Liga dos Campeões. Serão jogos muito diferentes dos jogados com o Arsenal. Os ingleses, embora treinados por um espanhol, discípulo de Guardiola, continuam a jogar futebol com ligações directas da defesa para o ataque, desguarnecendo a defesa. Os italianos são mais cínicos e mais defensivos, apostando no erro do adversário.
Com o fim da regra dos golos fora, jogar primeiro em casa ou fora já não tão decisivo, como aliás os jogos com Arsenal demonstraram. A Juventus, sem penalização pontual administrativa a que foi sujeita, estaria em segundo em Itália. É neste facto que a equipa do Sporting tem que se concentrar: vão jogar com o 2º classificado da liga italiana. Este pode ser um Abril Leão mil alegrias ou mil tristezas. Vou apostar na primeira hipótese.
A Seleção jogou, ganhou como era sua obrigação, mas é difícil dizer que convenceu, dada a enorme fragilidade do adversário. Foi um jogo dum só sentido. O que fica na retina foram as múltiplas oportunidades de golo desperdiçadas. Apesar do resultado, imperou a ineficácia. O jogo com o Luxemburgo será mais esclarecedor, sem ser no entanto uma "prova de fogo". Amealhar pontos nesta fase é importante, porque jogos mais exigentes se seguirão.
Roberto Martínez usou um sistema com três centrais e dois laterais muito ofensivos. Esta foi a grande diferença táctica em relação a Fernando Santos. Não sei se é para manter, mas Portugal foi mais pressionante ofensivamente. Veremos se com um adversário de maior valia este sistema se mantém. A Bélgica do último Mundial praticava um futebol chato, lento e previsível, em tudo semelhante ao de Portugal. O meu entusiasmo é cauteloso. Ver para crer.