O futebol feminino é visto pela FIFA como grande catalisador de receitas na próxima década. Há, ainda, uma montanha para escalar em termos de igualdade, mas o crescimento seguirá sem retorno.
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Depois dos 20 123 espectadores presentes no Bessa, em julho passado, para assistirem a um jogo da Seleção Nacional, recorde numa partida de futebol disputada por mulheres em Portugal, mais de dez mil pessoas seguiram ontem, no estádio, a vitória do Benfica sobre o Sporting, na decisão da Supertaça.
Em Aveiro, numa quarta-feira à noite, a 250 km de Lisboa - a "descentralização" dos grandes eventos justifica, sempre, aplauso -, a cidade-mãe de leões e águias. Só alguém completamente distraído poderá ignorar o acelerado ganho de protagonismo das mulheres no futebol. É um processo sem retorno, que vale bem a pena acompanhar.
Segundo estudo recentemente revelado pela FIFA, mais de metade da população do planeta mostrou interesse pelo Mundial disputado na Oceânia, uma competição em que Portugal participou pela primeira vez, que conquistou uma audiência média - o evento contemplou 64 encontros -, ao vivo, de 191 milhões de telespectadores.
São dados que sustentam uma ideia mais ou menos consensual nos corredores da entidade que tutela o futebol mundial. A margem de crescimento no setor feminino pode ser um tremendo catalisador de receitas na próxima década, tendo presente, também, que o modelo do segmento masculino está estabilizado há muito. Longe de esgotado, naturalmente, tem um potencial de evolução manifestamente inferior. O bom da questão é que Portugal tem conseguido acompanhar a evolução, embora haja ainda montanha para escalar em termos de igualdade. Mas esse não é um problema premente apenas no futebol.