A união faz a força

1 - Nem um convite, nem sequer uma mera e circunstancial palavrinha de reconhecimento? Não lembra ao Diabo ignorarem Luís Filipe Vieira aquando da passagem dos 20 anos do estádio e 10 da academia, duas obras que têm nelas gravada a sua assinatura, com relevo tal que jamais alguém conseguirá apagar. De modo que era fatal como o destino, era só uma questão de tempo, Vieira vir desabafar - é preciso não o conhecer. Disse verdades, é facto, contudo escolheu mal o momento, inoportuno, nas vésperas da estreia de um novo treinador, com a equipa pressionada; escolheu mal o canal, porque foi dar audiências a quem trata mal o Benfica e lhe fez vários linchamentos mediáticos quando ainda era presidente; e escolheu mal o registo, porque resultou num imenso ajuste de contas em vez de uma ponderada análise ao estado crítico do clube, que é o que se pede a um ex-presidente. Rui Manuel e Luís Filipe: entendam-se de uma vez, almocem, jantem, encontrem-se no recato da casa de um qualquer amigo comum. Unidos, vocês sabem, somos praticamente imbatíveis - tratem lá de dar o exemplo!

2 - As contas da SAD esta semana tornadas públicas, entretanto exaustivamente debatidas até pelos mais impreparados dos comentadores desportivos, contêm vários indicadores que deviam obrigar a SAD a arrepiar rapidamente caminho, a menos que se acredite que vender mais e mais jogadores, afinal todos os que têm algum valor, vai continuar a ser a solução: refiro-me - é óbvio! - aos custos dos fornecimentos externos, à massa salarial, ao peso das amortizações, aos juros do endividamento. Imaginem tudo isto numa época sem Champions.