PLANETA DO FUTEBOL - Opinião de Luís Freitas Lobo
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1 - Por vezes, confesso, ainda estranho vê-lo sem a camisola branca do Tottenham, mas pela forma como encaixou no onze do Bayern (camisola vermelha e modelo de jogo) parece que Harry Kane já tinha nascido para jogar em Munique desde sempre. Aos 30 anos, rumou ao futebol alemão em busca dos títulos que nunca conseguiu em White Hart Lane. Na entrada no futebol alemão, encontra um cenário estilístico em evolução como se pode ver no modelo de jogo das equipas que, neste momento, ocupam o topo do campeonato e que nem a goleada sofrida ontem pelos bávaros em Frankfurt põe em causa.
Além de Tuchel, com a escola do “gegenpressing”, Marco Rose em Lepzig, Sebastian Honess no Estugarda, Terzic em Dortmund e, claro, a marca de Xabi Alonso em Leverkussen, aquela que mais seduz os novos olhares germânicos em busca de horizontes de modernidade para o seu futebol que após a exaltação da técnica e força mescladas do título mundial em 2014 (o auge da influência-Guardiola) perdeu, entretanto, um plano sustentado em termos de estilo.
2 - Neste cenário, Kane continua a manter o mesmo instinto e oportunismo goleador, mas a sua forma de jogar mudou um pouco de Inglaterra para a Alemanha em face de agora ser uma presença mais fixa como nº9 de área. Isto é, faz menos aqueles seus contramovimentos de recuar no terreno, receber de costas em apoios e rodar para executar passes de rutura para a área que rasgavam as costas das defesas adversárias (lembrem-se como Son, no Tottenham, ia buscar essas bolas na profundidade).